O que é belo num jardim não é o verde,
Nem as cores que explorem
Na vitrina simétrica dos canteiros.
O que é belo de verdade é o que se esconde
Na umidade da terra,
Na sombra da folhagem,
No coração das flores.
Belo é o inseto de asas frágeis,
A rosa que se desfaz no vento da tarde,
A folha que retorna ao solo.
Belo não é o jardim, nem são as flores.
Bela é a vida que a cada dia
Se extingue e recomeça,
Num infinito desabrochar,
Fruto saboroso
Que esplêndido se oferece.