Nada satisfaz a ânsia do completo
que louco é o desejo de ser tudo.
Viver é a arte sã de no seleto
equilibrar o grave e o agudo.
A avidez de querer tudo correto,
a plenitude até do mais miúdo
cobiçada no anímico e no objeto,
gera a insensata angústia do contudo.
A vida tem poréns nos habitando
e não no sim (ou sim malsatisfeito),
mas eu, auto-exigente, ajo pensando:
Perfeito, tudo deve ser perfeito
como o trabalho do útero gerando
filhos, da causa mater o grão efeito.