Quando nos fere fundo algum desgosto
e nossa alma se enche de aflição,
lágrimas quentes rolam pelo rosto...
Sendo esmagadas por querida mão,
sentimos logo uma calma infinda,
parece que a tristeza até fugiu,
tal a paisagem que ficou tão linda
após a boa chuva que caiu.
Porém, quando essas lágrimas teimosas
procuramos à força reprimir
caminham como lavas impetuosas,
no pobre coração se vão reunir.
Semelhantes ao fogo que devora
os campos que inclemente sol crestou,
destroem o coração sem mais demora
como o fogo que a terra calcinou.
Iracema Fernandes Brisolla
Enviado por: Diógenes Pereira de Araújo