Um dia resolvi pintar um quadro:
E vendo-a, ative-lhe as feições sutis!
Seu rosto na memória, as tintas fiz
Se esparramarem no lirial quadrado!
E retocando sem cessar, um brado
De júbilo lancei, ao ver, gentis,
Seus traços esboçados no matriz
Das lindas cores e caí prostrado!
E que ao pintá-la o fiz com tanto ardor
Que pus na tela todo aquele amor
Que me inspirava o lindo rosto dela!
E desmaiei na embriaguez do artista
Que cuida a amada que ele não conquista
Ver a sorrir-lhe do interior da tela!