Muda, cheia de sombra e de mistério
e de vida interior, guarda sombria
tristeza, adormentando-a todo o dia,
ampla e calada, como um cemitério...
Rica no tronco, no seu vasto império
incontentada, oprime-a a nostalgia
desse país azul, ao qual envia
torres de pedra e hinos de saltério.
E muda, o espaço amando unicamente,
esquece-se da vida que em pletora
vive em seu ser... Passa tal qual a gente,
buscando, sempre heróica amplos espaços
também a gente, na ânsia que apavora,
aos céus estende, em súplicas, os braços...
Rodrigues de Abreu
(Publicado na “Gazeta de Capivary”, de 08.02.1920)
Enviado por: Diógenes Pereira de Araújo