Antigamente, quando alguém morria,
o sino, lamentoso, badalava.
E eu, sem saber por quem ele chorava,
murmurava uma prece e me benzia.
O pequeno povoado se rendia
à voz do sino, e tudo proclamava
um riso de esperança a quem ficava,
e um choro de saudade a quem partia.
Hoje, depois de ter sofrido tanto,
não me restam mais lágrimas. O pranto,
petrificou-se, por estranha arte.
E só tenho, Senhor, como se explica?
um poema de dor para quem fica,
e um cântico de luz para quem parte!
Sebastião Siqueira
Enviado por: Diógenes Pereira de Araújo