O cigarro que sorveu a confissão
Do sujeito que pagou a prestação
Do conforto que julgava necessário
Para pôr a cama, a pia e o armário
Tinha tudo para ser um companheiro
No trabalho, no jornal ou no banheiro
Fosse frio, fosse quente ou no mormaço
A fumaça preenchia todo o espaço
Mas um dia o veredito teve à mão
Que maldade aquele câncer de pulmão!
Logo eu, que sempre o tive como amigo
Me achava algo isento do perigo
Prestação, armário, pia infelizmente
Sobram hoje onde a saúde anda ausente
E ainda tem aqueles outros que acham graça
"É por isso que eu prefiro a cachaça..."