P/ Alberto Moravia
Um homem pode olhar uma mulher
pelas frestas da janela entreaberta
e que vê em nesta antevisão do mundo
senão a flor que expande pela manhã?
Se este vigor aflora o que dormia
o que antes estava sem êxtase
entregue quase na mesma agonia
núpcias de um olhar resguardado.
O que este vê é uma efígie carnal,
carne tão branca como a tez da lua
ponto culminante do desejo ardente.
Este as resguarda entre as visões
na lembrança, e não no cume do falo,
onde a forma se exprime lasciva.