Pedra a pedra faço a minha pergunta
e me desfaço pedra a pedra.
Longe, as árgores aguardam.
Pedra a pedra desmancho os muros
e me limito, pedra a pedra.
Longe, bois e cabras esperam.
Pedra a pedra, construo o meu poema
e me destruo, pedra a pedra.
À sombra das árvores
os netos de meus netos
livremente
comerão os bois e as cabras?
— Perto, o cemitério é pontual.
Moacyr Félix
Do livro: "Singular Pluaral", Civilização Brasileira, 1998, RJ;