A essa altura
As torres assim como estão
arranham o chão.
São bicos de seios
esquecidos.
Apontados
verdes, laranjas ou
brilhantemente brancos.
Se vêem os degraus...
Mas estão deprimidos,
reprimidos.
Diante das escadarias,
são todos homens um buraco abaixo,
ao invés de um monolítico eregido.
Onde havia uma altura a ser alçada,
hoje, vê-se o vácuo negro
expandindo-se por si próprio
porém, para os olhares incautos
dos jovens,
este continua atraindo.
Onde estava o enleio
da elevação
hoje, tem-se o buraco.
As altas torres de rádio
não atingem os ouvintes,
mas as ondas embaraçam-se,
de modo que a notícia
não é mais ouvida
com tanta importância
quanto a música.
Cintia Caracushansky
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