Os chamados do tigre me atravessam. Ardem
e medram em sangue sob escombros, plasmam
a carne do meu fruto flamejando-o
Quem defende o meu corpo deste incêndio
desta palavra corpo se afogando?
E quem sou eu para guardar um nome de sua noite? Quem
das grades dessa noite, a pele majestosa, tenso
vibra seus punhos contra a neve?
Tu
que não me dizes nem me sabes, tu
que do topo dos topos da metáfora me alivias
vê:
Do fundo de meus olhos cego-deslumbrados
obscuros laivos de ternura me procuram
Max Martins
Do livro: "Caminhos de Marahu", Edições Grápho, 1983, PA