Celeremente cai a sombra da matina...
A vida passa, caminha a longo passo
no indefinível e incógnito abraço
de luzes ao longe da campina.
Branca nuvem deitada sobre a terra,
luzeiro ameno debruçado no espaço,
silêncio profundo agoniza e aterra
a voz dorida dos homens no cansaço.
Abundantemente recende o mormaço,
na amplidão dos cosmos e deixa traço
de vapores diluídos no universo...
Dois infinitos se fundem num abraço,
dois extremos repousam no regaço
da rotação contínua do meu verso.
Edilson Santana
Do livro: "Fragmentos da vida", ABC Editora, 2000, CE