Há noites sem amor
Madrugadas vazias
O penar d’almas esguias
Envoltando todo lugar.
Há noites eternas
No aninhar-se de línguas
Coitos bastardos às mínguas
Frenético lampejo d’amar.
Nalgum lugar resiste a memória
Um pouco d’alguém, de cada história
Nos confins desses universos.
Nalgum lugar há a cinza revolta
Voz que alinhava leito em escolta
Segredos em cantos, em contos, em versos.
Jurandir Argôlo