op que interessa — tão pouco — está no osso
como um ferro chiando enquanto voa
uma borboleta na sala;
o que inter-essa não é
nada disso
que está em cada e cala e talvez passe
como em meu corpo desanda uma avenida óssea
com suas luzes de carnifica;
estar na terra, ou isso
que há no osso — um grão — é o quanto posso
quando longe de mim na borboleta que passa?
O que interessa — não, o que inteiriça
na dissolvência como um sonho em brasa
é pensar que me ponho, estando em terra,
num estado de brisa: e logo vejo
que mesmo isso é pura ilusão minha.
Leonardo Fróes
Do livro: "Assim", Xanadu, 1986, RJ