A Maria de Fatima Caetano Pinto
Na calçada de óelo enegrecida,
de repente, uma pena de pavão
foi por alguém suavemente erguida
e exibida na palma de sua mao.
Creio que jamais fora enaltecida
a jóia que Deuz fez com o coração.
Quem descreve a riqueza colorida
que existe numa pena de pavão?
Ah! Ninguém a descreve... É uma beleza
as cores com que a maga natureza
pinto do régio leque as lindas penas...
Olhai e admirai! Nenhum pintor
— inda que seja filho só do amor —
soube imitar-lhe as vivas cores plenas.
Elisa Barreto
Do livro: "Sonetos", O Recado Editora, Ltda., 1995, SP