Embarco numa rima ruminante
E parto numa estrofe estropiada:
Eu páro, penso, pausa... e num rompante
Encontro um verso que não leva a nada!
Eu vejo a poesia tão distante,
me afogo na superfície da palavra,
Eu sumo num soneto dissonante
Sufoco numa sílaba que se trava!
Perdido numa quadra sem quadrante
Sou menos que figura, figurante
pseudo-comandante, e vivo em dilema...
Espero que a onda nào me traia
E nado em desespero até a praia
Salvo o poeta, mas naufrago no poema!
Vitor Colona
Do livro: "Antologia do 1º Concurso Blocos de Poesia", Blocos, 1998, RJ