Hoje a floresta majestosa
Se agita toda, em polvorosa...
Outra queimada logo avança,
a devastar toda esperança!
E os animais espavoridos
Fogem buscando um novo abrigo.
Mas... onde? Só terras em brasa
E cinzas, mortes e fumaça...
Ligeio, o fogo já se alastra!
Mas é preciso dar um basta
A essa mesquinha insensatez
Que causará mais aridez.
Ninhos queimados, já sem vida;
Pelo chão, tocas destruídas...
No cheiro horrível fa fumaça,
A floresta geme e se esgarça...
Rose Aimée Dummar Ary
Do livro: "Literatura Século XXI - vol. 2", Blocos, 1999, RJ