Violência é rápida, fácil, exata
É matar porque sente morto
Fulminante lhe é a Beleza
Volumes de sangue esguicham pra encobrir buracos
Eficácia da imaginação em falta
Vitória da Inépcia
Brilho aflito alimentado do brilho alheio não processado
Processar são caminhos
Violência, não - é uma reta pálida
O desejo de mil companhias sem alma pro seu coração pétreo
Ludibria a solidão com a reunião de cadáveres
Matar, matar , matar
A ordem do passatempo que docemente esquece a morte própria
Ri
Natureza sem-essência,
patética se entretém com as cores que torna cinzas
Voracidade oca
Reengolimento inacabável na casca inerme
Pois tudo e qualquer coisa lhe foge num instante
Num eterno escoamento pro abismo
A Violência se sente esperta
Seu golpe de mestre é a imprevisão
dos que não acessam da sua covardia o tamanho
E são muitos os desatentos
que ocupados estão com as flores
Como células de câncer se reproduz
Porta a força, a expansão, porta o domínio
Sem saber esse deus vaidoso que seu farol de destino
é a falência dos órgãos completa
vidrados em isopor monopólio
Velena Moreira