Quando sinto fome
o braço, em desespero
fica violento
em exagero.
Quando sinto sede
a língua, em diagonal
corta as águas
com punhal.
Quando sinto sexo
o corpo, em desatino
vaza espermas
de menino.
Quando sinto raiva
o dedo, em precisão
aciona gatilhos
nos corações.
Dilan Camargo
Do livro: "Sopro nos poros", Tchê!, 1985, RS