Recusaste o meu amor em flores amarelas
Recusaste, como outros, os meus espinhos velados
Sou um nada longe dos sonhos das cinderelas
Sou um vazio perto dos teus distantes lábios calados
Recusaste o meu sonho próximo de tuas mãos singelas
Recusaste irrefletidamente certos desejos censurados
Sou um nada distante desses anseios de flores das aquarelas
Sou um vazio de abstratos sonhos quebrados
Sou muito, quando percebo, nos quadros da vida, um encontro
Plenitude dos instantes que ficam sem desencontro
O meu sonho e o teu formando um só horizonte
Recusaste o concreto de mim, mas entreguei minha alma
Serenidade de caminhos , na imortalidade da calma
Não aceito este adeus: mais uma recusa neste desmonte.
Antoniella Devanier