O homem mata sem raiva e sem razão.
A noite é um pássaro que vem do fim do mundo
e pousa em nosso olhar.
Poupo um pedaço de sonho
para o dia estéril.
No mundo ilegível, somos
de areia, dunas que se movem
num átimo, e se calam.
Luzes à deriva,
e não sermos portos.
Na aura dos versos
uma luz ambígua
flutua.
Pobre daquele
que não cantou sua canção.
Anderson Braga Horta
Do livro: "Pulso", Barcarola Editora Comunicação, 2000, SP