Era verão.
Era dezembro.
Era natal.
A pequena luz do vaga-lume começou a piscar.
Ele estava pousado num pequeno galho de árvore,
ouvindo o canto das cigarras que cantavam em coro.
No ar havia um clima de emoção.
Todos estavam mais sensibilizados com as belezas do mundo.
O pequeno vaga-lume também tinha seus sonhos
e queria transformar seus sonhos em projetos
e poder realizá-los.
Sabia qua a vida era curta
e precisava externar seus sentimentos
para que alguém pudesse entendê-lo.
Estava concentrado
em seus pensamentos,
ddivagando em devaneios.
Apóas despertar para a realidade,
ficou a observar
a pequena luz que brilhava ao longe
e seu coração encheu-se de esperança,
pois pensava ter encontrado sua alma gêmea,
alguém com quem podeira compartilhar seus sonhos.
Então, após encher-se de coragem, respirou fundo
e seguiu em direção ao seu futuro,
com acabeá cheia de planos.
Sentia que estava seguindo por um caminho,
com a possibilidade de concretizar
o que havia planejado.
Seguia tão envolvido em seus projetos,
em direção a sua amda,
que não percebeu que ela não tinha
os mesmos sentimentos que ele
e que era fria e distante.
E quando aproximou-se daquela luz radiante
e que piscava num ritmo controlado,
não pôde conter as lágrimas
de decepção e tristeza.
Então ele percebeu
que seus sonhos tinham se dissipado,
pois sua amada
enfeitava um galho de um pequeno pinheiro
e que ela era
uma pequena lâmpada de um pisca-pisca de Natal.
Neida Rocha Wobeto - "Pietas"
Do livro: "Literatura Século XXI, vol. 2", Blocos, 1999, RJ