escrevo o que é preciso,
não tudo o que eu sinto.
mas por refletir o mundo,
no escrever nunca minto.
o que escrevo eu sinto.
se busco compor o verso
com os assuntos do tempo,
simplesmente reafirmo
o que faz girar o vento.
nenhum verso eu requento.
tudo que sinto não vira
matéria já de poesia,
busco um vasto caminho
que no escolher principia.
essa escolha não se adia.
mas se alguém quer saber
como não perder o alento,
trabalhe sempre e mais
desconfiando do talento.
certeza impede o intento.
Sidnei Schneider
Do livro: "Plano de Navegação", Dahmer, 1999, RS.