Cortaram-me asas, secaram-me
rios.
Invisíveis grades e aquários
me enclausuraram.
A alma, esvaziaram-me em
invernos desertos
cegos de lua, sedentos de mar.
O espectro de mim em que
me tornei
nutre-se da música oculta
no silêncio.
Emudecido o silêncio
nada restará:
pássaro, tigre ou gazela.
Tampouco eu.
Só ausência
e quem sabe, paz.
Márcia Maia