RABIOLAS
Rabiolas,
de todos os fios penduradas
como os adeuses das famílias.
Sob vento e lampejo
como numa boate,
vento encachorrado a lambê-las
radiosas fugazes,
bandeirolas.
Do chão eu sem susto
olho para elas como para
crianças perversas,
ladras sem olhos,
manietadas e de pernas soltas.
Não demandam acenos.
Anda-se por debaixo delas
como debaixo de viaduto,
sob rua, ouvindo estalos
de chuva de vidro picado.
Anda-se só.
A rua desce,
murada de casas;
por trás de cúmulos,
Ela branqueia.
Anda-se, e os estalos
seguem, lencinhos,
lençando.
Orlando Tosetto Jr.
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