Meus pensamentos
Roubam-me do meu nicho
Florescem meus tesouros
E num revés
Enlaçam-me de afeição,
Fortes nós de direção,
Apertando-me
Como se fossem buquês em tuas mãos.
Feixes que entoam sinfonias,
Ganham dimensão,
Ficando horas
Em tua companhia
E eu sem dizer não.
Pois só olhei a imensidão azul
E iluminou-me com teu facho de luz.
Acendeu minha alma
Com faíscas de néon,
Raptadas do teu ser,
Vidrou meu olhar
Nessa retina que reluz.
Vejo teus botões de sorrisos
Desabrocharem em meus fechos,
Percorrendo meu corpo,
Atravesso os canteiros dos sentimentos,
Possuem-me nas flores dos pensamentos.
Perfumas o vento da ansiedade
Colorindo o fino tom
Da minha saudade.
Colhendo o néctar que me entoa
No calado pulsar que me entorna, beijo-te.
Sem ao menos saber se é cedo ou tarde
Se há tempo aqui dentro e lá fora,
Se teus lábios ainda me pedem
Mesmo quando sinto que teu beijo evapora.
Num lance, num instante azulado,
Vejo as flores em ti
E se há riquezas neste jardim
São tuas — plantadas em mim.