"É preciso que nossa imaginação
se habitue a pensar sintético-ideograficamente, e não analítico-discursivamente"
Mallarmé
Há 3 dimensões da linguagem:
A pensada
A escrita
A falada
Um poema só é em sua essência
na sua língua pátria
Interpretar é conduzir
Trair é traduzir
Eu ainda não sei, mas eu queria:
A diagramação do poema fazer
a tipologia de letras escolher
cores selecionar
copiar, modificar e imagens colar
células sonoras, perspectiva, prospectiva, animação
e formas integrar.
com novas ferramentas
agilizar tudo que fomentas
poemas audiovisuais em movimento criar
a página bidimensional, monocromática, estática
cederá lugar
para a tela bela tridimensional, policromática, dinâmica-quântica.
À uma world poetry.
À uma unique poiesis
À uma heterogeneidade.
À uma diversa qualidade.
O meio é a mensagem de uma realidade para outra realidade
Poesia deixa de ser apenas literatura, construção verbal,
se torna arte eletrônica
de alguma sanfona sinfônica, de tom mundial, ditando o comando do
N
ão comando ao comando.
Sintetizando os recursos das outras artes..
toda arte anseia esse feito
(defeito?). Cinema é arte, cinema nem era arte para Adorno
cinema é arte, cinema é clássico, é novo,
cinema é meu ovo.
O que antes era profecia
tem chance de se concretizar
por uma estrutura ideogrâmica, a poesia
pode resintaxizar:
e, por uma nova sintaxe, analógica,
pela sincrônica lógica
abre as possibilidades inéditas de criar.
É ou não é? É ou não é?
É ou não é a consequência lógica
da linha de evolução estética que tem como marco inicial
a experiência de Mallarmé, o
arquiteto da nova poesia.?
Sei lá. Será mixaria? Falar tudo isso é preguiça
de ninharia?
O que é "melhor" a literatura ou a filosofia? A poesia?
A ciência nem é digna de nossa roda... Nem conjecturo.
Abaixo a biologia, a física, a química, a psicologia,
pedagogia, sociologia..
Nem conjecturo.
Tudo isso desconjuro.
Irei conseguir superar o verso como unidade melódica da composição?
Fragmentando o tecido textual em subdivisões prismáticas
da idéia,
desarticulando a sintaxe e o discurso lógico-analítico
cartesiano?
(eu quero e sei o que é isso?
(_0_) --- (_(_/ - (_0_) - /_)_)
Um cú. Rebolando.
A poesia é um poema e mais que um poema
É um p(r)o(bl)ema, é um p®o emblema
A poesia vai seu cú me dando.
Sexo anal é transfusão de sangue
A desconstrução da palavra em linguagens não verbais
sem desandar por ilusionismo de idiotices espirituais
O tempo integrado ao espaço. O forte gozando com o fraco.
Gostosa. Vai. Gostosa.
As ferramentas básicas são as lacunas de sentido da vida
e mais nada.
Condição sine qua non é não arma alma nada.
O negócio do poder de síntese é o que mata e salva
a poesia.
Há sobrevivência no vácuo.
Polemizar é forjar, entornar, entortar, ferrar, estuprar o poder.
Tá pensando intuindo sonhando iludindo sentindo transando o
que?
(Viva Torquato!)
Helvídio Neto