O DISCURSO
"So schwätzt und lahrt
man ungestört;
Wer will sich mitden Narr´n
befassen?
Gewönlich glaubt der
Mensch, wenn er mur Worte hört,
Es müsse sich dabei
doch auch wasdenken lassen."
Goethe
Será que a linguagem tem razão?
E a percepção terá linguagem?
A razão... Abrigará a percepção?
Existe mesmo alguma engrenagem?
São possíveis discursos;
Discursos passíveis de destruição;
Respiram cursos e mais cursos,
Mas não existe a correta concepção
Os erros estão tanto na direita
quanto posicionados na esquerda:
Posso defender a desfeita
E relativizar administrando a perda
O discurso primeiro
Sempre resultará no incerto
O discurso segundo
Também poderá ser um inferno
Um se disfarçará de todo bom
Um se mascarará perfeito
A dialética dos dois talvez será
impossível
Pelo consolidar dogmático feito
Ou então a dialética dos dois
aglutinará seus males
Não adiantará de nada nos livrarmos
desses pares
Surgirá outra idéia antítese
para ser reprimida
A veia imperialista aparecerá para
a população oprimida
Sobretudo sobre tudo podemos fazer discurso
Sobre as ilusões que matamos e morremos
por
Sobre nomes vãos que imprimimos significação
de amor
Sobre o subsolo e a atmosfera que nos envolvem.
Sobre situações que nos consomem
Sobre impressões que desejamos serem
interiorizadas
Sobre opiniões que almejamos tornar
imensas
Sobre correntes filosóficas que moldam
o que pensas
Sobre quem somos, sobre o que podemos
Sobre o que limitaremos, o que liberaremos
Sobre quem dominamos, quem dominaremos
Sobre quem amamos, quem odiaremos
Sobre o que é o mundo, a realidade,
a metafísica
Sobre o que é o conhecimento, a ciência,
a física
Sobre o que é a arte, a verdade, a
beleza e a vaidade
Sobre o que é o certo e o errado, a
médica da ética.
Sobre o que é a cosmologia, a logia,
a poesia
Sobre o que é filosofia, sabedoria,
cultura e vida
Sobre o que é natureza, sutileza, oriente,
ocidente,
Sobre o que é o universo, o avesso,
o inverso, o verso..
O todo nem se preocupa com o discurso
O discurso se ocupa com pouco do aparente
tudo
Tudo apenas dança sua dança
Coitado do discurso;
Nada percebe o Todo.
O Todo percebe Tudo,
Tudo percebe Nada,
Nada percebe Tudo.
Helvídio Neto
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