Nacionalismo é finca-pé.
É como o amor contrariado:
quanto mais se conbate
e a família persegue...
mais se ama, mais se quer.
Reforma agrária é finca-pé,
Nào adianta falar,
nem dizer os defeitos...
se algum mal contém...
Gente assim apaixonada
não escuta ninguém.
Precisando lutar
— luta-se.
Precisando morrer,
— morre-se.
Pode-se tudo fazer
menos desistir.
Coragem, idealismo, confiança.
Certeza de um futuro melhor:
de homem, de mulher, de criança.
Eu também sou finca-pé.
E você, meu amigo,
porventura... não é?
Fernanda Brito
Do livro: "Poemas do Finca-Pé", Ed. autora, 1963, RJ