O olhar, grande oblíquo,
descobre num corpo
oferto outro corpo,
cavo, que diz não,
e o que esse, seu duplo,
dessangra, ressuda,
à ponta, ao calor
do olhar-aguilhão,
sublima um terceiro
que é todo espinhaço
de luz ( como são
as horas de perda,
os páramos, certas
manhãs de verão).
Carlito Azevedo
Do livro: "Dois Dias de Verão", Ed. Sette Letras,
1995, RJ
Enviado por: Márcia Maia