A mesa não é de madeira
nem de mármore.
Parece ser de mar.
Tem da primeira, os nós.
Da outra, os veios.
Da última, as tábuas
do naufrágio.
O que se escreve nela
não é no risco do horizonte
e sim na linha e no limite
da folha de papel pautado.
E marca o tampo embaixo
onde o tempo passa
mas logo se apaga aos poucos.
Armando Freitas Filho
Do livro: "Fio Terra", Ed. Nova Fronteira, 2000,
RJ
Enviado por: Márcia Maia