RUBY, MY DEAR
A Dadá
Os homens querem tantas coisa"!
Mário de Andrade
Faço isso pelo teu amor
onde havia alma coloco loucura
bem você não precisa
um caso delicado dia sim dia não
numa solidão comunista ele se volta e diz:
"Elliot, nós sabemos é quase um poeta do século
XIII"
musa do anoitecer nem teus lábios
nem teus olhos saberiam contar
amor é uma palavra cega
"só o amar só o conhecer
conta, não o ter amado
não o ter conhecido"
janeiro eu ainda não quero morrer!
pior para o amor se sempre trai
o que não se pode contar da agonia dos crepúsculos
a hipertrofia dos remorsos o tédio sem fotografia
o ódio sem preço das covardias de amanhã
Mas o mundo meu amigo
o mundo não é uma fábula kantiana
ele grita: "um drama os lábios desse verão!"
depois agoniza e esquece
sem sangue sem fúria crava os dentes na vida
a parte isso arrasta a derrota do mundo
o sonho ninguém pode roubar mas
onde havia alma coloque loucura
Carlos Lima
Do livro: "Sincretismo - A poesia da Geração
60", Topbooks, 1995, RJ
«
Voltar