Não lembres,
não lembres a mim
a flor do sabugueiro
trazendo para hoje o ontem
em filigrana branca.
Apanha, sim,
o cacho seco da colônia
já sem aroma e sem dom
pisado e repisado
de passos adiante.
E segue
aquele muro incerto
de verões e pedras
onde só as almas decidem
se devem ou não cercar
o pomar de sombras.
Déborah Brennand
Do livro: "Pomar de Sombras", 1995, PE
Enviado por: Márcia Maia