Hoje é um dia,
em que no anzol
pode morrer o peixe
com guelras sangrentas
arquejando o ar ar ar
do último céu de águas.
É o dia do laço negro
na sandália desatar-se
bem no meio da estrada
que leva pássaros atrás
nos sítios umbrosos
de polpas soterradas.
Dia é de se tomar chá
em xícaras desdouradas
com trincos nos beirais.
É sempre o dia esperado
quando podem dizer
— Endoideceu por nada...
Agora, porque voam, falo só
com nuvens e pássaros.
Déborah Brennand
Enviado por: Márcia Maia