Vou tomar umas biritas,
me encher de batatas fritas,
derrubar esse regime
que me mata torturado
e sai impune do crime.
Vou azarar a beleza
daquela mulher ao lado
que bebe, suspira, espera
o gigolô encantado.
Vou tomar steinhagger
com muito chope em seguida.
Sem porre, por que o Lamas?
Sem porre, por que a vida?
Vou até o fim da noite,
até matar minha sede,
quando a manhã despontar
no relógio da parede.
Nei Leandro de Castro
Do livro: "Diário íntimo da palavra", 7 Letras, 2000, RJ