Pedras
Imotas pedras
Brumosa paisagem
E com sempre persistentes ventos
Nenhuma vibração ou tremor de alma
Embora o som de sussurrante éolo
Teime com ecoar no imo de minh’alma
Imitando o sempiterno lavor
De densas águas salgadas que, invariáveis, explodem
De muito, muito distante rumo a estas costas
E a rudeza de uma queda
Desperta a memória
De permeio a costas e íngremes rochedos
Macios e verdeais arbustos entremostram
Pontiagudas, arredondadas, brandas pedras
Crias do Tempo
Deveras autêntica faina de imêmores eras
Pois, se for o homem produto do meio
— Como, aliás, rediriam alguns — contumazes seres
Aqui, por gerar o próprio quinhão, procriam-se
E nunca os ferem as lâminas da História.
On Seeing a Picture of Lia Fáil Stone
Stones
Fixed stones
Grayish landscape
Windy oft
No quivering, no shaking of the soul
Though the sound of whispering winds
Keeps on echoing inside my head
Emulating
The everlasting travail
Of heavy salty waters hitting steadily
From afar unto these shores
The harshness of a stumble
Awakes memory
Amidst the shores and cliffs
Soft green brushes showing off
Protruding round and smoothed stones
Time’s labour
It was due job of timeless ages
If man is such a product of the environment
— Some would say — stubborn men here
Are born to create their lot
History blades never hurt them at all