A'gua que desce violenta do ventre da nuvem
e açoita as pedras e lava a poeira do tempo seco
e nutre o mato minguado e encrespa a pele queimada
e escorre e foge e mergulha. Mergulha no ventre da terra
e la' perde-se, infiltra-se, torna-se labirinto de si mesma
misteriosamente migra ao mareado olho admirado da dança das
gotas
tremula, por um instante vacila, escorre. Passeia no seio da face morena
e, inadvertidamente, e' colhida por um sorriso