Daqui até a esquina que me lembro,
tanta coisa esqueço, tantas não entendo,
que da esquina a esfinge brota,
e minha têmpora, na sua mira, ela esfola.
Ela história, de história berço,
um lugar que não colonizei.
Um tempo, que se não é sempre,
é tampouco agora,
e desde então transtorna,
desde então me tenta,
desde então me tem.
Mas eu também não sei,
me dizem os compêndios,
de quem procuro colo.
Não sei se neste solo
pisou algum escravo,
não sei quanto de sangue
este chão absorveu.
Só sei que vivo aqui,
e aqui respiro,
mas quanto a quem viveu
e respirou
antes que eu chegasse,
disto nada sei.
Por isso perco-me, vago, erro,
pelas bandas bandeirante atrás de pedras.
Blocos de sustentação ao edifício
que a memória identidade pena para reerguer.