Todos os anos
O padre proíbe
A presença de prostitutas
Na procissão de ramos
Isso inibe as rameiras
Que todos os anos
Ficam de bobeira
No domingo de ramos
Os fiéis
Orando
E se agarrando ao ramo
Com isso não se afligem
Pois
Afinal
Procissão é um ato humano
E não se admite no cristal
Qualquer sombra de fuligem
Ou no metal
A corrosão da ferrugem
Sérgio Fantini
Do livro: "79/97", BlackMaria, 1997, MG