— Quero pecar, venha depressa!
A voz de Adão retumbou impertinente
— Quero o que meu Pai me deu como presente
— Ande que meu fogo jamais cessa!
E apanhou a Costela em braços seus
Corpos unidos nus: sofrimento e agonia
Enquanto a serpente chorava e sorria
Pensando estar longe dos olhos de Deus
E veio o gozo, o remorso profundo
A ira do Pai, destruindo o paraíso
As pernas fugindo em cavalgada louca
Restando a Adão viver sobre o mundo
A querer o que Deus lhe deu como aviso:
Do doce pecado o gosto na boca
Angelo Papa Neto