são gritos passivos
a polirem labirintos
sem portas nem luz.
só delírios se emancipam
da falta do ato são
hiato no tabu
aquém do silêncio
encolhem os muros as raias
de cediça sede
à superfície da posse
a inocência só deflora
tão simples e exposto
acolhe o túrgido seio
a sôfrega boca
sacia : quando deleita
deleita : quando sacia
era uma vez feminina
da água a nudez
mostra-se (inocente) na
vertical da jarra ;
de carências intestinas
surge então (venal) a sede...
dessas histórias
disse só : — me espera!
Desapareceu. Na praia
à espera ficou.
Noite já, no desespero
lança-se ao mar. E nada.
André Bessa