SINTO (DE) INSEGURANÇA

Gosto do cheiro de vela queimada.
O ar fúnebre das catedrais me entorpece.
Faço minhas promessas promíscuas enquanto visito templos,
santos, mães-de-santo, padres, bispos, budas e bruxas.
Cheiros ocultam-se.
Nem santas, nem promíscuas as que sentem as partes íntimas.
Sinto. O dia que a cada dia está mais curto
Maldito tempo voador!
Por quê não me leva contigo?
Um espaço na asa está de bom grado.
Asa Norte que não bate suas asas... Maldita que não voa!
Calor em minha casa.
Eu calada, eu palavras soltas.
Eu comida, engolida pela rapidez do pensamento.
Esse sim, voando como um jumento.
Que velha ninfeta! No auge do desejo reprime a putaria e faz
cara de beata.
Isso sim é indecente... Produção independente?
Não enganas. Está na cara.
Tudo estampado em seu sorriso eclético.
Vai morrer de "sinto" e de "segurança".
Reprimindo vais ... Santa e anta.
Reclamando da velhice.
Envelhecendo na mesmice.

Tamara Costa

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