Wings
Wings of liberty
Freedom!
Liberty exists in an enclosure,
Such enclosure maybe
A country.
Indeed, think of this very enclosure,
A country, whichsoever, any country...
An enclosure,
It does not exist without borders.
Freedom,
Might it be everywhere, anyhow!
Whew!
Two towers aiming at the skies, two-handed-like,
A prayer for the better
Ascending up as a wish to leave aback all the evil...
Yesterday, amidst the clouds of hope; fumes of despair today.
Blessed be those gone.
Anyway, we still keep building them up – borders;
Divisions and seclusions
And, it stands as a matter of fact,
That borders enclose within them, as in Enzensberger
"Erkenntnistheoretisches Modell"
Deeply, other borders
Clearly, other fences
Vainly, other fancies. Vainly, although.
Such is the genesis of a process
Of Man’s dearest possession. Void.
For a while, close your eyes.
"Fiat lux!"
Without the aid of any other light
Helplessly,
Upon your light within, try to see
Fancies of another sort.
Now, the lesson is quite over,
Be prepared!
So, open your eyes to the World
And see... the World over.
What do you see? Not to answer, but think.
For some, life still goes on (after all, it never stops...)
For others, pain is all that counts
In every corner of this Earth.
So, borders might well still be there
A rampart between
Freedom and Humanity.
Will we manage to improve that henceforth?
Hope, only hope, for future generations far ahead of our time;
I was catholic long, long ago, no more.
No religion fulfills my needs; emptiness
Of speeches devoid of meaning... Why they still do? Bother us fiercely?
"We are the hollow men"... Thanks Eliot, you for one...
We applaud politicians. Garbage bail... useless:
Lessons of old days never learnt, never kept, sheer business.
Sacrifices, everlasting companion to Mankind.
Starvation of faith, of food, of fortitude.
God, let there be Freedom.
For a moment, let’s stay in deep silence "in memoriam"...
Taguatinga, DF, November, 24th., 2001
A poem while the rain falls and, yet, somewhere human tears softly
roll down...
by Santino Antonio Fernandes Borges
Sobre a Liberdade, ou em direção a um alto preço
Asas
Asas da liberdade
Liberdade!
A liberdade que existe em clausura,
E tal clausura pode ser
Um país.
Em verdade, pense nesta autêntica clausura,
Um país, seja lá qual for, qualquer um...
A clausura,
Ela não existe sem fronteiras.
Liberdade,
Pudera estar em todas as partes, em todas!
Ufa!
Duas torres apontando para os céus, como que duas mãos
postas
Em prece para o bem,
Elevando-se como anseio de largar para trás todo o mal...
Ontem, por entre nuvens de esperança; hoje, fumos de desespero.
Abençoados sejam os que partiram.
Enfim, continuamos a construí-las – as fronteiras;
Divisões e secessões;
E, é patente, fato comprovado,
Que fronteiras enclausuram dentro delas, como em Enzensberger,
"Erkenntnistheoretisches Modell" (1),
Profundamente, outras fronteiras
Claramente, outras cercas
Inutilmente, outras fantasias. Em vão, contudo.
Pois que tal é a gênese desse processo
Da mais desejável das posses do Homem. Nada.
Por um instante, cerre os olhos.
"Fiat lux!" (2)
E sem recurso a nenhum outro lume,
Sem apelo a auxílio alheio,
Contando com a só luz de dentro de si, tente enxergar
Fantasias de um outro gênero.
Agora, é quase finda a lição.
Prepare-se!
Pois bem, abra os olhos para o Mundo
E veja-o ... o Mundo inteiro.
O que vê você? Não, não responda. Antes,
pense.
Para alguns, a vida continua (afinal, ela nunca pára...)
Para outros, o sofrimento é tudo o que pesa
Em todo quadrante desta Terra.
Assim, então, as fronteiras devem perdurar aí;
Fortaleza entre
Liberdade e Humanidade.
Será que conseguiremos, a partir de agora, melhorar as coisas?
Esperança, somente a esperança, em novas gerações
muito, muito adiante de nosso tempo;
Católico fora, há muito, muito tempo; não mais.
Nenhuma religião as necessidades satisfaz-me; vacuidade
De discursos desprovidos de significado... Por que ainda são
feitos?
Por que tão perversamente molestam-nos?
"We are the hollow men" (3) ... Obrigado,
Eliot, a você pelo menos...
Aplaudimos os políticos. Cestos de lixo... inúteis:
E lições de tempos idos nunca aprendidas, nunca apreendidas;
puro negócio.
Sacrifícios, os sempiternos companheiros da Humanidade.
Inanição de fé, de alimento, de coragem.
Ó Deus, deixai estar entre nós a Liberdade!
Em breves instantes, fiquemos em profundo silêncio, "in memoriam"(4).
Poema escrito numa tarde chuvosa de sábado, enquanto aqui cai
a chuva; noutros
lugares, escorrem as lágrimas, ainda....
Taguatinga, DF, 24 de novembro de 2001.
Santino Antonio Fernandes Borges
NOTAS: