A atemporalidade do Eu
Sabe à impossibilidade nossa.
De qual ângulo contemplo
Esta tarde, pouco importa.
Cinzenta, monótona, fria...
Nossa é a convenção, sempre.
Ao Tempo, urge transcorrer;
E a nós, a nós apenas o morrer.
Aos fatos, produtos de nossa história,
Sim, a eles, a eles pertence nossa vida.
Somente eles têm o registro
Do que fomos, de como fomos, do quanto fomos.
As águas dos rios – cristalinas –
Infensas ao Tempo e ilidindo-o
Ao Mar correm.
Sempre!
A nós resta única a ilusão.
A falsidade do Tempo
Tampa a campa.
O fato de não a ter
É um campo desolado,
Meu passo,
Nada mais que um ex-passo
De nossa vida!
Santino Antonio Borges Fernandes