Pudesse eu modificar a inquietude,
Por onde percorrem os meus olhos
Indisciplinados e indômitos,
Avançando em seu pensamento,
Uma lembrança, uma ausência, seu desejo e plenitude.
Poderia então, considerar o meu olhar devasso,
Alucinado, zurzindo em seu espaço,
Sugando o previsível e o inexorável.
Quisera eu não encontrar o caminho...
Que segue através de seus olhos,
Com meus olhos de ébano,
Em sua alma um labirinto,
Onde te encontro conciso e sozinho.
Talvez, o despertasse para novas descobertas...
Seriam alguns segmentos, retas, paralelas
E somente uma porta aberta: a que lhe sorve
Para um espetáculo exuberante e excêntrico.
Que se espalha em meu momento,
Em um segundo,
Dentro do seu tempo.
Com todo desprendimento,
Voar com suas asas pelo vento,
Navegar em um mar revolto,
Despreocupado com o sereno...
Para um aprendizado e nunca,
um passatempo.
Perceber que o meu tempo,
Onde às vezes simplesmente,
Espera o nascer de uma semente...
Crescer uma árvore,
seus galhos, suas folhas e um fruto...
Uma flor e seu perfume envolvente.
Existe um tempo agora,
É o seu presente, que reverbera,
Em meu presente!
De segundos, de minutos, minhas e suas horas,
Passando e passa, absoluto lá fora.