Eu tão pequena,
Jamais teria condições de saber a profusão de
Sentimentos que emanava daquele quarto.
Aquele ser tão grande, na minha pequenez,
Bruto por vezes,
Era um manancial dos sentimentos do mundo.
E o meu mundo era ele, seus sentimentos e o quarto.
Nunca senti nada que viesse dele
Que fosse por ser.
Havia naquele homem-pai um dor tão profunda
Que fingia a sua não existência e se dizia feliz ...
E apesar de tudo ... o era.
Saber ser o que hoje sou
Faz com que me sinta tão responsável
E tão sentida da sua ausência
Que dói-me não ter aproveitado
Dos sentimentos que estavam a minha disposição
Naquele gigante homem-pai.