Poucas coisas me vêm pior
Do que tirar-me a espontaneidade
Da expressão.
A cobrança de quem quer que seja
Faz-me sentir como se tudo a minha volta
Ficasse paralisado
E me viesse como que um aríete
A convulsão de sentimentos que me fervilham,
Explodida na inércia da insensibilidade,
Derrubar as muralhas de minhas urbes.
Quem quer ouvir palavras que lhe vistam
Oportunas
E sentimentos fugazes de bel-prazer,
Que olhe em volta,
Venda por qualquer valor um bem,
Contate o traficante da esquina,
E morra de overdose
De seus vazios.