Por que já não acreditamos na verdade?
Por que queremos alcançar a esperança
E nos debatemos incrédulos e desesperados?
Por que a impotência faz parte de tudo aquilo,
Que pretendemos demonstrar? E já nem conseguimos
Sonhar com uma realidade justa e coerente?
Por que nos debatemos inutilmente à procura,
Do horizonte belo e promissor,
Quando as densas nuvens o encobrem?
Por que a maledicência e a indiferença,
São qualidades as mais apreciadas?
Por que nega-se ao necessitado o carinho,
E são tão complacentes com o culpado?
Porque não nos damos as mãos,
Serenamente, procurando nesse gesto,
Incluir solidariedade e amor universal?
Porque essa distância e frieza,
Nos menores gestos gentis e humanos?
Por que sou egoísta e incompreensível?
Porque já não sonhamos com a mesma
Garra, olhar brilhante refletindo?
Por que as lágrimas de emoção não
São mais entendidas ou visualizadas?
Por que sempre a agressão
E o ressentimento?
Por que não a suavidade, o entendimento,
Ou a coerência de procurarmos entender a verdade?
Por que, se as pessoas são compostas,
Dos mesmos sentimentos?
Se o sofrimento chega invariavelmente,
Para todos e a união continua sendo a vitória?
Por que a ganância quando tudo tem um fim?
Por que todas essas inúteis perguntas
Se jamais saberei a resposta? Por que?
Vânia Moreira Diniz