Noutro dia, outros móveis, novos, colocados
na ordem, combinação — jogo de dominó.
E o homem ali, ser presente, olhos vidrados.
Só.
Olhando a mesa, apalpando a cama macia
através da suave espessura do ló,
sua imagem é qual espelho: limpa, vazia,
só.
O rosto, o corpo que anda, o cérebro que o guia
ao banheiro, donde logo sai um som sem dó
em eco — coro uno que àquele homem se alia,
só.
No centro do quarto, o corpo molhado e nu,
se encontra agora o homem, ereto faraó,
fechado em pirâmide, guardado em baú.
Só.
O apartamento, aquela mobília inconsútil...
O homem sabe que isso e ele tornarão ao pó.
E um ar frio, um torpor súbito, fá-lo sentir-se
estranhamente inútil.
Inútil
...e só.