(À minha mãe)
Quando era um simples embrião,
Em estreita ligação, perfeita coesão
Dependendo em tudo e dando vazão,
Ás necessidades básicas em profusão.
Quando me alimentava em teu útero,
Carente e frágil tão pequenina,indefesa,
Era para ti muito mais que um feto
E sentia o conforto de tua protetora defesa.
Quando crescia e me formava saudável,
O coração batendo na evolução da vida,
E sempre me sentia em lugar agradável,
Quente, saciada aceita e tão amada.
Quando nasci ligada ao cordão que nos unia,
Cuja utilidade tinha com eficiência demonstrado
E precisava do teu peito que procurava em agonia,
Revelando a simbiose mais amorosa evidenciada.
Quando carecia de tuas mãos para todo fim,
Conseguias secar minhas lágrimas sem que falasse,
Segurava meu corpinho e não vivias sem mim
E cansada me ninava para que o sono continuasse.
Quando eu crescia e te orgulhavas,
Com o coração transbordante e feliz
Admiravas a tua obra e não lastimavas
Os trabalhos e as noites que lentas eu fiz.
Toda uma vida desabrochou,
De ti apenas dependendo e vivendo,
E em todos os momentos achastes
Que valeu a pena o que passou.
Por tudo isso não há poesia eloqüente
Que possa expressar amor tão onipotente,
E não vejo nada mais evidente,
Que essas sensações conscientes,
Verdadeiras, profundas e veementes.